Pequenos Cientistas, Grandes Transformações: como o ensino de Ciências no Pio XII está formando guardiões do planeta

As atividades começaram ainda em fevereiro, com explorações nos jardins da escola, registros fotográficos e rodas de conversa sobre o cuidado com a natureza. A partir daí, o projeto ganhou força com experiências práticas como o cultivo de sementes e mudas na horta escolar, o estudo dos ciclos da vida de plantas e animais, e a reflexão sobre como o Sol afeta tanto a saúde quanto o equilíbrio do ecossistema.

A tecnologia foi aliada. Por meio do aplicativo Quiver, os alunos visualizaram em realidade aumentada o ciclo de vida das borboletas e das plantas. As imagens ganharam vida, e com elas, a curiosidade e o encantamento das crianças. Em outra frente, após lerem uma reportagem sobre a extinção da onça-pintada, os alunos utilizaram inteligência artificial (IA) para gerar imagens dessa espécie ameaçada, criando produções visuais sobre a importância da preservação dos animais silvestres. Essa ação despertou engajamento e ampliou a compreensão dos estudantes sobre os impactos das ações humanas na fauna brasileira.

A cultura indígena, a música e a arte também entraram em cena. Uma releitura sensível da obra “O Grito”, de Edvard Munch, permitiu que os alunos refletissem sobre como a luz solar interfere no bem-estar das pessoas. Já a canção “Por Perto”, do grupo Música em Família, e o vídeo das crianças da Aldeia Boa Vista abriram espaço para falar sobre cuidado coletivo, pertencimento e preservação de saberes ancestrais.

Todo esse percurso, construído com intencionalidade e afeto, levou nossos alunos a desenvolverem um olhar mais questionador, investigativo e cuidadoso. Como destaca a professora Glaucia Piva: “A alfabetização científica vai além do conteúdo. Ela precisa ser vivida, sentida, construída com o outro e com o mundo ao redor. Ao promover experiências significativas com a natureza, também respondemos ao chamado da Campanha da Fraternidade 2025, cujo tema – Fraternidade e Ecologia Integral – nos inspira a cultivar o cuidado com a vida em todas as suas expressões”.

Hoje, as crianças do 2º ano do Colégio Franciscano Pio XII sabem identificar algumas sementes e as árvores frutíferas da nossa escola, falar sobre a importância da luz, registrar hipóteses, observar transformações e refletir sobre o papel de cada um na preservação do planeta. Mais do que conteúdo, elas estão desenvolvendo consciência. Um exemplo de que a escola pode – e deve – preparar as novas gerações para os desafios do presente e do futuro.

Um dos momentos mais significativos do projeto foi a aula de campo realizada no Sítio do Sol, em Cabreúva. Durante essa vivência, os alunos puderam mergulhar em saberes ancestrais e em tradições indígenas, ao mesmo tempo em que interagiam diretamente com a natureza. O contato com árvores centenárias, a escuta de histórias sobre o uso das plantas na alimentação e na medicina, e a vivência coletiva com os colegas no espaço rural ampliaram o repertório das crianças e fortaleceram a consciência ambiental por meio da experiência concreta. Essa imersão intensificou o vínculo afetivo dos estudantes com o planeta e reforçou a noção de pertencimento e cuidado como partes fundamentais da cidadania ecológica.

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